Economia.

segunda, 28 de junho de 2010

Copa de 2014 pode gerar R$ 142 bi adicionais para a economia brasileira.

A Copa do Mundo de 2014 poderá gerar um total de R$ 142 bilhões adicionais para a economia brasileira até o ano de sua realização, afirma o estudo Brasil Sustentável – Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo de 2014, desenvolvido pela empresa de consultoria Ernst & Young em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira (23).

Desse total, R$ 29,60 bi serão de investimentos, despesas operacionais e de visitantes para o evento, enquanto o restante (R$ 112,79 bi) será produto do impacto da competição sobre a produção nacional de bens e serviços.

Ainda como resultado da Copa, a estimativa é que sejam criados 3,63 milhões de empregos, aumentando a renda da população em R$ 63,48 bilhões até 2014. “A Copa no Brasil já começa assim que o atual campeonato acabar na África do Sul”, afirma José Carlos Pinto, sócio da Ernst Young.

Já o impacto direto sobre o PIB brasileiro no período de 2010-2014 deve ser de R$ 64,5 bilhões. Os setores mais beneficiados pela competição, segundo o estudo, serão os de construção civil, alimentos e bebidas, serviços prestados às empresas, serviços de utilidade pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana) e serviços de informação, que terão um incremento na produção de R$ 50,18 bilhões.

O impacto nas micro e pequenas empresas também será expressivo. Ainda segundo o estudo, 11 setores listados, como o têxtil, de produtos de madeira e artefatos de couro e calçados, em que há um contingente grande de empreendimentos menores, terão um impacto total estimado de quase R$ 3 bilhões.

Os benefícios para o turismo
O evento, assim como as reformas que devem ser feitas em aeroportos para atender a crescente demanda de viajantes, irão favorecer o fluxo turístico. A perspectiva é de que o número de visitantes internacionais para o Brasil cresça 79% até a Copa de 2014, podendo ter impacto ainda maior nos anos seguintes.

“Com o sucesso do evento e o posicionamento positivo do Brasil internacionalmente, o nível de turistas continuará crescendo”, afirma José Carlos. “O incremento nesse setor traz consigo uma entrada significativa de recursos, que acabam sendo distribuídos entre os segmentos de hotelaria, transporte, comunicações, cultura, lazer e varejo.” A estimativa é de que haja uma receita adicional de R$ 5,94 bilhões nessas áreas.

A primeira Copa sustentável
A pesquisa ainda listou sete passos que podem ser tomados para tornar a Copa do Mundo de 2014 a primeira Copa sustentável da história, seguindo critérios adotados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. São etapas que envolvem desde estádios erguidos com o critério de construção verde ao impacto de viagens de avião no cálculo da pegada de carbono (quantidade de recursos naturais necessários para sustentar uma determinada população):

1) Conservação de energia e mudanças climáticas: minimizar a pegada de carbono;
2) Água: promover a conservação desse recurso;
3) Gestão interna de resíduos: reduzir, reutilizar e reciclar resíduos com apoio de catadores;
4) Transporte, mobilidade e acesso: alcançar a eficiência energética, com uso de transportes acessíveis e universais que minimizem a poluição;
5) Paisagem e biodiversidade: conservar a biodiversidade, por meio da promoção da paisagem natural;
6) Edifícios verdes e estilos de vida sustentáveis: promover a conscientização e estilo de vida sustentável;
7) Construção sustentável: assegurar a construção sustentável nos processos construtivos e edificações.

Os riscos
A pesquisa também abordou alguns dos riscos implicados com a realização do evento no país. Os dois principais deles são as necessidades das 12 cidades que serão sedes de jogos e o que fazer com o legado deixado pela Copa.

O primeiro depende de ações e políticas públicas, que podem ser ineficientes, dispendiosas ou não atender as necessidades em questão. O segundo envolve garantir que o investimento feito possa continuar gerando bem-estar para a população mais amplo do que a competição.

Por fim, os analistas da pesquisa acreditam que uma nova recessão teria pouco impacto sobre o evento. “Os investimentos estarão ligados à Copa e sua maioria feita pelo setor público, o que não tem uma ligação direta com o cenário internacional”, afirma Fernando Blumenschein, da FGV. “Se houver alguma consequência será pequena e, provavelmente, no crescimento do setor de turismo.”
Fonte: Pequenas Empresas e Grandes Negócios.

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