Saber lidar com o dinheiro é indispensável para o bem estar de cada pessoa. Ter acesso à educação financeira nos possibilita consumir com inteligência e sem exageros, nos ensina a programar despesas e investir adequadamente independente da classe social, basta ter renda.
Através da educação financeira, as pessoas passam a ter um novo olhar sobre si, reveem valores, questões éticas e cuidado com o próximo, pois passam a entender que todas as pessoas estão interligadas e que se não adquirirmos comportamentos responsáveis, através de escolhas financeiras inteligentes, do consumo consciente, estaremos promovendo o pensamento e o modelo de escassez pelo mundo.
Mas, muitos brasileiros, independente de sua faixa salarial não estão acostumados a planejar, a identificar o que é necessidade, a se preparar para um possível período de crise financeira e a consumir com responsabilidade. O endividamento pessoal e até familiar no que diz respeito ao uso desenfreado do cartão de crédito, empréstimos financeiros e inadimplência generalizada, são alguns dos grandes problemas que estamos acostumados a enfrentar.
Então, a questão se torna ainda mais profunda e complexa, pois é preciso educar uma nova sociedade para que os diversos aspectos da educação financeira sejam disseminados, iniciativa que deve ser coordenada através de parcerias, entre governo, ONGs, instituições financeiras e escolas.
Dessa forma, a ideia da educação financeira nas escolas poderá ser colocada em prática beneficiando muitas crianças e jovens em todo o País, através da capacitação adequada de professores e do desenvolvimento de material educativo dinâmico e informativo. Essa é a opinião de Silvia Alambert, educadora financeira e fundadora da The Money Camp no Brasil.
Ela explica que muito se fala sobre a importância da educação financeira para crianças nos dias atuais e que a mesma deve iniciar desde cedo. Acontece, porém, que a percepção que muitos têm é que se deve ensinar os princípios sobre como ganhar dinheiro, planejar (sonhar), gastar dinheiro sobre poupança e investimento e a importância de compartilhar. " Existem muitos mais fatores envolvidos na educação financeira do que somente a visão simplista dos pilares da administração do dinheiro", destaca Silvia Alambert.
Silvia Alambert explica que para trabalhar o desenvolvimento de um Ser Sustentável é preciso fazer com que as pessoas compreendam que é possível realizar seus sonhos e manter suas conquistas ao longo do tempo, que compreendam que fazem parte de uma relação de interconectividade com as outras pessoas e com o mundo à sua volta e a educação financeira pode ajudar na promoção do equilíbrio entre o SER-FAZER-TER.
"Quando estes valores são invertidos, o ser se desequilibra emocionalmente e se sente em um vazio que parece somente ser suprido quando ele possui bens materiais no presente, sem se preocupar com o seu próprio futuro e o futuro da humanidade. É como se a pessoa vivesse somente no "aqui e agora", sem se preocupar ou cuidar de nada e de ninguém, nem consigo próprio", finaliza Silvia Alambert.
Silvia Alambert considera que ainda é preciso muita mobilização das pessoas envolvidas com a educação financeira, mas, ao mesmo tempo, informa que o conceito já mostra sinais de aceitação na sociedade. No próximo mês de agosto, por meio de uma parceria entre The Money Camp e ITESA (Instituto de Tecnologia Social Aplicada), o projeto "Educação Financeira para Todos", será aplicado para 250 crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica, entre 6 e 17 anos, na região Metropolitana do Estado de São Paulo.
As duas entidades envolvidas nesta iniciativa levarão os benefícios da educação financeira por todo o País, nos próximos meses, também, por meio de parcerias com órgãos governamentais, ONGs, escolas e empresas.
Fonte: www.administradores.com.br