A indústria brasileira começa a retomar o crescimento neste primeiro trimestre do ano e pode chegar a expandir a produção entre 1,5% e 3% em 2012, conforme estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e a Fundação Getulio Vargas (FGV). As entidades estão mais otimistas, apesar de alguns dados, como os divulgados pela CNI na última sexta-feira, ainda demonstrarem fraqueza no desempenho do setor produtivo no mês de janeiro.
As instituições divergem, no entanto, sobre quando será retomado o crescimento. A aposta das duas primeiras é de retomada após o mês de março, enquanto a FGV projeta a inversão do desempenho já neste trimestre.
De acordo com Sondagem Industrial da CNI, para o mês de janeiro a produção manteve a tendência de queda iniciada em setembro de 2011, situando-se em 45 pontos ante 42,6 de dezembro e 45,6 no mesmo mês do ano passado. A utilização da capacidade instalada (UCI) ficou em 69%, abaixo dos 71% registrados em dezembro e dos 72% em igual mês de 2011. Já os estoques, continua a entidade, situaram-se acima do planejado, em 52,7 pontos. No entanto, os empresários mostram-se mais otimistas em fevereiro do que em janeiro.
"Os números mostram que a indústria continua tendo problemas, não conseguiu reduzir seus estoques e, por conta disso, continua reduzindo a produção", avalia o economista da CNI Marcelo Azevedo. Segundo ele, a queda dos estoques só deve ocorrer a partir de março, e mesmo que haja uma retomada da produção, ela não deve atingir o nível considerado normal. Para 2012, a perspectiva da CNI é de aumento de 2,3% no PIB industrial, ante o crescimento de 1,8% de 2011.
Para o Iedi, a perspectiva de crescimento é evidente para o setor produtivo, porém não deverá ocorrer no primeiro trimestre do ano. De acordo com Júlio Gomes de Almeida, diretor executivo da entidade, a aposta era de um número melhor que o reportado pela CNI. "Apesar de não ser um indicador positivo, a indústria está melhor que no último trimestre do ano e a tendência é de que melhore ainda mais com o passar deste ano", avalia ele, que já ocupou o cargo de secretário de política econômica. "Acredito que o crescimento da indústria possa alcançar os 3% em 2012 e fique nesse patamar limitada pelos problemas estruturais e de competitividade que vem travando o setor produtivo nacional", afirmou o executivo.
Fonte: SPC Brasil