Nunca as micro e pequenas empresas foram tão pontuais em seus pagamentos: em abril de 2010, 94,7% delas quitaram seus compromissos financeiros com no máximo sete dias de atraso.
A informação é do Indicador Serasa Experian da Pontualidade de Pagamentos das Micro e Pequenas Empresas, que acompanha pagamentos efetuados mensalmente por uma amostra de cerca de 600 mil MPEs aos seus fornecedores. O índice sinaliza a saúde financeira das micro e pequenas empresas brasileiras.
De acordo com a Serasa, a evolução do indicador é reflexo do crescimento da economia e da maior profissionalização das micros e pequenas empresas no país, com a formalização das relações de trabalho e do aumento de cadastrados no programa Micro Empreendedor Individual.
Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian, afirma que o indicador também vai permitir que as empresas de pequeno porte possam acompanhar e comparar sua saúde financeira com outras.
A pontualidade de pagamento das empresas tem uma sazonalidade: os maiores índices se concentram entre os meses de junho a dezembro, período em que a atividade econômica tende a ser mais aquecida. A novidade do último resultado é que foi o melhor de todos os primeiros quadrimestres do ano desde 2006, início da série histórica.
Por setor, as micro e pequenas empresas industriais foram as que exibiram a mais elevada pontualidade de pagamento ao longo dos quatro primeiros meses de 2010: 94,7% contra 94,5% do setor de serviços, e 94,4% das micro e pequenas empresas comerciais.
O valor médio dos pagamentos efetuados pontualmente pelas MPEs atingiu R$ 1.496,98 em abril de 2010. Esse valor é 9,8% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado. O que motivou essa diminuição, de acordo com a Serasa, foram as dificuldades de acesso ao crédito por parte das pequenas empresas.
Entretanto, à medida que a oferta de crédito vai se normalizando, o valor médio dos pagamentos também vai crescendo. A pesquisa ainda observa uma relação direta entre valores médios e atrasos nos pagamentos: quanto maior o atraso, maior o valor que a empresa deve.
Esse fator, diz a Serasa, sinaliza “um comportamento típico das MPEs (e talvez das demais empresas brasileiras) em priorizar pagamentos de menores valores em detrimento dos pagamentos de maior vulto”.
A melhora desse índice ocorre ao mesmo tempo em que a qualidade de crédito dessas empresas também se recupera após sofrer os impactos da crise financeira internacional.
Outro indicador da Serasa, que mede a qualidade de crédito das MPEs e a probabilidade de não entrar em inadimplência caso essa empresa venha a requerer crédito, parou de cair ao final de 2009. Segundo a consultoria, os dois índices refletem conjuntamente tendência de diminuição no nível de inadimplência das empresas no país.
Fonte: www.sebrae.com.br