Registro de Boletim de Ocorrência e aplicativo de celular são aliados da população no combate à violência
A violência é uma realidade em qualquer cidade brasileira e em São José dos Pinhais não é diferente. Mas, ao mesmo tempo em que toda a população deseja viver e trabalhar numa cidade mais segura, cada um precisa fazer sua parte como cidadão. Todos podem e devem denunciar e, assim, contribuir com o poder público no planejamento da vigilância para melhorar a segurança no município.
Segundo o delegado titular da 1ª Delegacia Regional de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan Araújo, existe uma defasagem muito grande de pessoas que não aparecem para fazer os registros na polícia. Em média, são realizados 80 boletins de ocorrência (BO) por dia no local, quando na realidade ocorrem muito mais delitos. “Estimamos que a quantidade mínima ideal fosse de 120 registros por dia”, diz Araújo. De acordo com o delegado, o BO norteia as ações preventivas. “Sem o registro das ocorrências, a polícia não tem conhecimento dos fatos e subentende que a situação em determinada região está tranquila, quando na verdade, pode ser alvo de atos violentos”, explica.
“O fato de não fazer o BO implica em não planejarmos ações efetivas e estratégicas com a Polícia Militar e a Guarda Municipal”. Para facilitar, alguns registros como furto ou perda de documentos, objetos, placas de veículo, cartões, cheques e denúncias anônimas podem ser feitos pela internet, na www.delegaciaeletronica.pr.gov.br. Mas, no caso de roubos, quando existe ameaça ou intimidação mediante uso de arma, precisa ser feito o registro pessoalmente na delegacia. O valor do documento eletrônico é o mesmo de um registrado in loco.
Tecnologia a serviço
Um grande aliado dos cidadãos são-joseenses está ajudando a mapear as áreas com maior índice de criminalidade no município. Trata-se de um aplicativo, uma ferramenta de utilidade pública, que capta dados registrados pela própria população sobre ações criminosas que estão acontecendo na cidade. As informações são armazenadas, contabilizadas e ajudam órgãos públicos a fazer ações preventivas de vigilância e segurança de forma mais ágil e eficiente.
Para se cadastrar, basta baixar o app no site www.ondefuiroubado.com.br e seguir as instruções. No portal também é possível saber informações sobre todas as regiões mapeadas, que inclui diversas cidades do Brasil, e conferir bairros mais violentos, tipo de ocorrências mais comuns em cada região, períodos do dia de maior risco e número de boletins de ocorrência registrados pela população. O delito mais comum é roubo de objetos como celulares, bolsas, carteiras e documentos. As regiões de maior incidência são centro da cidade e os bairros Afonso Pena, São Pedro e Cidade Jardim.
Aliados como este são cada vez mais bem-vindos já que, como muitas cidades brasileiras, São José dos Pinhais também está no Mapa da Violência, estudo que revela as 250 cidades com maior índice de mortes por arma de fogo por cada 100 mil habitantes. O estudo é de 2015 e refere-se às pesquisas realizadas entre 2010 e 2012. O município ocupa a posição 124° no ranking, que traz outras 10 cidades paranaenses à frente de São José, entre as mais violentas.
Conseg de SJP
Atualmente, São José dos Pinhais conta com o Conseg - Conselho Comunitário de Segurança, formado por pessoas da comunidade que se reúnem periodicamente para discutir e acompanhar ações referentes à segurança pública. É mais uma forma de estreitar a relação entre comunidade e polícia, e fazer com que cooperem entre si em prol da segurança da cidade. Na ACIAP, o Conseg conta com uma sala específica para reuniões, além de ter representantes que levam as reivindicações dos empresários ao conhecimento das autoridades de segurança da cidade, polícias civil e militar.
