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AGROINDÚSTRIA DA MANDIOCA

segunda, 27 de novembro de 2017

Agroindústria da mandioca permite ganhar sempre, todos e juntos, diz Maurício Gehlen

Um grande mercado ainda a ser explorado e que permite o desenvolvimento da região, que desde 1990 se consolidou um pólo importante para o cultivo da mandioca e hoje é a maior produtora da raiz no país para fins industriais. A agroindústria da mandioca permite aos produtores “ganhar sempre, todos e juntos”, sem necessidade de confronto no segmento.

 

O posicionamento é do industrial Maurício Gehlen, diretor da Podium Alimentos, ao participar na tarde desta sexta-feira (24) do painel “Como Gerar Riquezas através da Indústria” no VII Encontro de Desenvolvimento Regional, realizado em Loanda. Entidades governamentais e não governamentais promoveram o evento, que teve a coordenação do Sicredi, Prefeitura de Loanda e Comafen (Consórcio Intermunicipal da APA Federal do Noroeste do Paraná), que reúne 12 municípios do extremo noroeste também chamado de Território Encontro das Águas.

 

Gehlen, que atua a 40 anos no segmento da agroindústria da mandioca, lembrou que a cultura chegou a região com mais força a partir dos anos 80 e se consolidou no anos 90. “Ela (a mandioca) veio como cultura para rotação com as pastagens. E naquela época, com as terras mais descansadas, a produtividade era o dobro do que é hoje”. Estimou que a mandioca ocupa hoje na região uma área aproximada de 60 mil hectares.

 

Advertiu que a preocupação da indústria em relação ao setor primário é a grande variação de preços da matéria-prima. “A mandioca teve época que esteve cotada a 17 dólares a tonelada e também já alcançou 300 dólares. Há uma preocupação com esta descontinuidade, pois quando há muita produção o preço cai, e pouca produção sobe o preço”, disse ele. A consequência desta violenta oscilação é que, “em alguns anos o Brasil exporta e em outros vai a Tailândia, que começou a plantar mandioca com manivas levadas do Brasil, importar fécula”.

 

MUITAS APLICAÇÕES - O industrial relatou que o segmento vem crescendo porque está agregando valor à produção. Disse que poucos anos atrás, a produção na região era só de farinha, depois foi a fécula “e agora estamos produzindo o amido modificado” para finalidade específicas. A Podium, por exemplo, produz amido modificado especial para pão de queijo e detém 25% deste segmento no mercado nacional.

 

O amido tem ampla aplicação. Alguns exemplos: indústria de alimentação (pão de queijo, biscoitos, embutidos), química fina (farmacêutica e cosmética), petrolífero, papel e celulose e têxtil.

 

Mas o mercado tem capacidade para muito mais. “No Brasil temos cerca de 60 aplicações. Nos Estados Unidos e Europa são mais de 600 aplicações do amido da mandioca”.

 

Mas não é só o mercado externo que é promissor. “A mandioca, que até pouco tempo atrás sofria preconceito e era tida apenas como comida de índio, vai voltar com muita força para o consumo humano e será indicada para pessoas que tem o colesterol alto”, antecipou Gehlen. A razão, segundo explicou o industrial, é que o nordeste, que tem como hábito alimentar comidas fortes e os gaúchos, com o alto consumo de comida gordurosa, têm as populações com as menores taxas de colesterol por conta do consumo da farinha de mandioca.

 

Outra novidade apresentada pelo especialista: atualmente o resíduo das fecularias é usado para alimentação animal. “Mas já existem vários estudos apontando a viabilidade de utilizar o resíduo para o consumo humano, o que vai agregar mais valor ainda”, explicou.

 

Todas estas questões relacionadas ao setor mandioqueiro tem que ser discutidas regionalmente, pois o segmento pode alavancar o desenvolvimento do noroeste, defendeu o empresário.

 

“Realizamos no ano passado a primeira Feira Internacional da Mandioca, a FIMAN e em novembro do ano que vem vamos realizar a segunda para mostrar ao mundo o quanto somos importantes”, disse entusiasmado, apontando exemplo de atuação para ampliar o mercado de produtos derivados da mandioca.

 

OPORTUNIDADE PARA TODOS - Maurício Gehlen enfatizou a necessidade de a região se despertar e, com inteligência, ir buscar cada vez mais mercado, oferecendo “produtos de alta tecnologia e de valor agregado”.

 

Neste sentido e para comprovar suas palavras, lembrou que, durante seis anos, a Podium, fundada em 1990, oferecia ao mercado apenas um produto (a fécula in natura), depois começou a modificar o amido e passou a se dedicar ao segmento do pão de queijo. “Temos 25% de um mercado, que tem oportunidade para todos. Não temos como suprir todo o mercado”, exemplificou, reforçando a necessidade de a região agregar valor à sua produção.

 

Voltando a falar do mercado externo, que a Podium começou a explorar no ano 2000, citou que sua empresa hoje exporta para 15 países e conclamou os empresários a “saírem para todos os cantos do mundo e mostrar seu produto”. Explicou que no seu caso “o mundo está aprendendo a comer pão de queijo. No Japão, onde há uma grande comunidade brasileira, tem o pão de queijo. Estamos vendendo para a Austrália. É pouco? É, mas já começando”.

 

Ao final, Gehlen criticou a “guerra fiscal” entre os Estados no que se refere ao ICMS. E colocou que a região deve se mobilizar e acionar a classe política. “Temos que pensar que o mercado hoje é globalizado”, arrematou ele.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Aciap

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